quinta-feira, 15 de maio de 2014

Imagens georreferenciadas no mapeamento de orientação

Nos dias 6 e 7 de maio de 2014, nas dependências do 20º Batalhão de Infantaria Blindado, foi realizado o curso Seleção, Avaliação e Uso de Imagens e Informações Georreferenciadas no Mapeamento de Orientação. Destinado a mapeadores experientes, o curso foi mais uma realização conjunta da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em parceria com o Centro de Desenvolvimento Regional do CISM para Orientação (CDR/CISM) e contou com o apoio da Federação Paranaense de Orientação (FPO) e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) através de seu Setor de Geoprocessamento.


O uso de imagens georreferenciadas – notadamente ortofotocartas e produtos oriundos de satélites imageadores – já se incorporou, há vários anos, ao cotidiano dos engenheiros, arquitetos, instituições e empresas que lidam diretamente com o planejamento e gerenciamento dos espaços urbanos. Tanto a Aerofotogrametria quanto o Sensoriamento Remoto envolvem um grande número de técnicas e processos que, em última análise, transformam uma "imagem bruta" em produtos cartográficos com escala, correção geométrica, qualidade posicional e simbologia criteriosamente definidas e rigorosamente controladas.



Extrato da ortofocarta planialtimétrica digital (folha J07, edição 2009,
Padrão de Exatidão Cartográfica Classe A na escala 1:3.000) utilizada como
mapa-base da Pista Permanentes de Orientação Sprint do 20º BIB.
Fonte: IPPUC, 2009.

Já do ponto de vista do grande público, o contato mais freqüente com imagens georreferenciadas acontece através do Google Earth. Embora a correção geométrica, qualidade posicional e a exatidão do relevo associadas a estas imagens sejam inferiores a dos produtos profissionais, a pronta disponibilidade das imagens e um crescente e avassalador acervo de praticamente toda a Terra – o que atualmente inclui "a nossa própria casa" e quaisquer outras áreas de "notório interesse" –  constituem, sem sombra de dúvida, um atrativo inigualável.



Fonte: Google Earth, 2014.

Um dos mais interessantes e versáteis recursos do Google Earth é a ferramenta Superposição de imagem. Ela permite ao usuário sobrepor imagens georreferenciadas ao conteúdo do próprio do Google Earth. Embora o processo de inserção e de ajuste seja relativamente trabalhoso para usuários não treinados, o resultado final é de fácil emprego por usuários "comuns" e permite explorar todo o potencial do Google Earth como visualizador de imagens e informações georreferenciadas. E, claro, isto inclui comparações tanto com a imagem mais atual quanto com imagens disponíveis no recurso Mostrar imagens históricas.




Fontes: Friedmann, 2013 (mapa) e Google Earth, 2014.

A elaboração de um bom mapa de orientação depende fundamentalmente de mapas-base de qualidade e, portanto, o uso de imagens de alta definição adequadamente georreferenciadas pode contribuir diretamente para este processo. Porém, cabe comentar e deixar explícito que o mapeamento de orientação possui uma característica inigualável e impossível de ser automatizada: um bom mapeador de orientação percorre praticamente toda área envolvida mais de uma vez e, nestas etapas, pode literalmente ver aquilo que não pode ser "feito à distância". É nesta etapa que "entram" no mapa de orientação as trilhas no meio das matas e florestas, a "colcha de retalhos" de amarelo, branco e verde que descrevem sua trafegabilidade e visiblidade da vegetação, árvores distintivas, cupinzeiros, objetos especiais, buracos, nascentes, montículos e outras coisas mais que fazem a alegria – ou o desafio – dos orientistas. Neste aspecto, são os mapeadores de orientação que podem contribuir com os cartógrafos, topógrafos e outros profissionais das Ciências Geodésicas. 


Da esquerda para a direita; Ten R/1 Jaime DEMARCHI, Prof.Dr. RAUL Friedmann (o instrutor),
TC Sergio ESMANHOTTO (subcomandante do 20º BIB, TC JADER Messias Cheres,
Ten R/1 PLÍNIO Costa Nascimento (presidente da FPO) e Ten Carlos AlbertoXAVIER.
Também participou o Sgt GELSON Luis Togni.

Por fim: em resumo, e com uma certa liberdade de expressão, "melhorar um pouco a caixa de ferramentas" de mapeadores de orientação já bastante experientes foi o objetivo final deste curso promovido pela UTFPR e pelo CDR/CISM com apoio da FPO e do IPPUC. Outros cursos já estão programados para o ano de 2014 e serão bem vindos todos aqueles com espírito de equipe e capacidade de bem contribuir para o desenvolvimento da orientação como esporte.